Igreja e Convento da Graça
Igreja e Convento da Graça Informações sobre a empresa
Informações gerais
Arquitectura religiosa, maneirista, barroca e rococó. Convento de Eremitas de Santo Agostinho ou Gracianos, formando planta rectangular irregular, composta pela igreja em cruz latina e dependências conventuais adossadas a N.. Igreja de estrutura maneirista com coro-alto, nave de cinco tramos, para a qual abrem capelas laterais profundas intercomunicantes, sobre as quais aparecem galerias que ligam a tribunas, de transepto saliente e capela-mor profunda, tendo sacristia adossada perpendicularmente; o conjunto foi remodelado no período pombalino, cujas normas de construção são aqui aplicadas, visíveis na estrutura da fachada rematada em frontão contracurvado, rasgada por três portais, o axial mais elevado e de perfil convexo, flanqueado por colunas e encimado por frontão interrompido; nas coberturas em abóbadas de lunetas, abertura e decoração dos vãos internos com o recurso sistemático às janelas e tribunas, bem como na criação de capelas laterais à face, protegidas por guarda de madeira balaustrada que percorre toda a nave; são de talha dourada e policromada, de estrutura rococó, de planta convexa e um eixo com nichos profundos, onde se integram os respectivos oragos. Retábulo-mor segue o esquema comum das igrejas pombalinas, muito simples, ladeado por colunas marmoreadas e com nicho central tendo trono e rematando em frontão interrompido, encimado por anjos. Em cada um dos lados da capela-mor, surge um órgão de tubos com caixa em talha dourada. Sacristia com acesso por porta-frontão influenciada pelo tratado de Vignola, tipologia muito utilizada nestes espaços durante o séc. 17. O CONVENTO desenvolve-se a N., com acesso por portaria e respectiva capela, sobre a qual surge a torre sineira, estruturando-se de forma semelhante aos ditames das ordens que seguiam a regra de Santo Agostinho, com refeitório amplo e antecedido por antecâmaras nos extremos, ambas ligados ao claustro principal e uma deles à cozinha, sobre o qual se desenvolvem os dormitórios em ala comprida com corredor central e celas de ambos os lados. Um segundo claustro, mais pequeno surge a N. do complexo. Fachadas rasgadas por vãos de diferentes perfis, os rectilíneos dominam na zona conventual e em arco abatido na igreja. Os claustros são diferentes, o maior destinado à contemplação, ligava aos espaços mais importantes da Ordem, como a Casa do Capítulo, e o mais pequeno estruturava a zona de serviços e parte dos dormitórios; são ambos quadrados, de dois andares, os inferiores formando módulos serlianos e os superiores, de reforma posterior, com janelas de sacada. No extremo do dormítório e virado para E., o mirante, com cisterna central e revestido a azulejos mostrando santos e reformadores da Ordem, opondo-se à representação dos prazeres terrenos. Todo o convento possui revestimento azulejar maneirista, barroco e rococó, surgindo, ainda, apontamentos de azulejo padrão novecentista. Convento graciano que, após a extinção das ordens religiosas, viu as suas dependências serem ocupadas pelo exército, instituição que adossou várias alas às primitivas construções, de disposição simétrica com vários torreões, sendo todo o conjunto encimado por ameias, emprestando um ar militarizado à construção, segundo um esquema revivalista. Igreja muito larga e alta, mais do que a maioria das suas congéneres pombalinas, o que poderá confirmar algumas descrições anteriores à reconstrução setecentista, referindo que tinha três naves, ladeadas por capelas profundas, estas actualmente truncadas pelos retábulos para adaptação às normas pombalinas, tendo-se perdido a intercomunicação entre elas, excepto na dedicada ao Santíssimo Sacramento, que nos permite verificar a estrutura das capelas primitivas; esta tem uma decoração exuberante de estuques, alusivos à Eucaristia. Mantém algumas capelas particulares quinhentistas e seiscentistas, uma delas o actual baptistério, manuelina, com cobertura em cruzaria de ogivas e com escudo e túmulos dos fundadores, um deles revivalista, bem como as capelas no eixo da capela-mor, com retábulos de embutidos de madrepérola e túmulos de essa, todos tipicamente maneiristas; a primeira possui o antigo lavabo da sacritia, exemplar pouco comum, de posicionamento centralizado e em embutidos de mármore, agora transformado em pia baptismal. Algumas das capelas laterais possuem pavimentos em embutidos de mármore, uma delas com a representação de simbologia mariana, alusiva ao orago da capela, Nossa Senhora da Conceição. O interior da igreja apresenta os elementos estruturais em cantaria, sendo os demais elementos marmoreados fingidos, de excelente qualidade, especialmente as colunas e os plintos do retábulo-mor. A capela-mor possui dois órgãos de tubos, com talha dourada, de decoração pouco exuberante, mas possuindo dois enormes coretos, que preenchem grande parte das paredes laterais do espaço, aparecendo, ainda, um terceiro, oitocentista, de talha em branco, disposto de forma simétrica em redor da janela que ilumina o coro-alto. A decoração do interior é exuberante, eminentemente rococó, destacando-se pela qualidade de talhe e pela gramática decorativa as tribunas do transepto, cujas mísulas imitam o efeito de cascata de concheados. Os claustros têm, no piso inferior, motivos serlianos, remetendo para uma construção maneirista, mas os do mais pequeno são menos fiéis à tratadística, revelando uma interpretação livre dos mesmos e revelando, provavelmente, uma construção posterior. O interior possui um notável mostruário de azulejos de várias épocas, desde o reaproveitamento da ponta de diamante quinhentista, passando pelo grotesco e padronagem do séc. 17, pelo ciclo dos mestres, do 18, sendo possível apreciar exemplares com molduras simples e outros mais tardios, já com as molduras recortadas, até ao pombalino nos claustros e sacristia e às padronagens do séc. 19 nas zonas de construção mais recente. Do conjunto, destaca-se, pela temática, o ciclo da vida de Santo Agostinho nas tribunas e capela do coro, um ciclo mariano na sacristia e, especialmente os do mirante, onde os santos e reformadores da Ordem surgem por oposição aos prazeres terrenos, revelando que o espaço se destinava à contemplação e meditação dos frades. As coberturas da nave e da capela-mor ostentam decoração pintada, a primeira com cartelas e inscrições marianas, destacando-se a da sacritia, pintada em "trompe l'oeil" com marmoreados e grisaille, claramente atribuível à escola de Pedro Alexandrino, pela composição e tratamento das figuras, repercutindo os modelos de Guido Reni, tendo alguns elementos rafaelescos. Na torre sineira, situada sobre a Portaria do convento, e com nítida linguagem joanina, revelando-se sobrevivente ao terramoto de 1755, subsiste sino do séc. 17. Preservam-se algumas sepulturas e lápides funerárias do séc. 16, algumas, contudo, com nítida intervenção revivalista, sobretudo as existentes num arcossólio, no baptistério.
Lisboa
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- Ligação a
- Palavras-chave
- igreja católica, paróquia
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